O que podemos esperar das revistas em quadrinhos de super-heróis para os tempos que vêm aí e que já têm mostrado nas revistas da Marvel, DC Comics e outras editoras?
VARIEDADE DE ESTILOS DE DESENHO
Temos acompanhado uma variedade maior de desenhos para quadrinhos de Super-Heróis, muito longe dos guias da DC ou do Método Marvel de Desenhos de Super-Heróis. Mas além dos desenhos mais realistas, vemos que existe também uma aproximação aos desenhos mais cartunescos, à pintura e, por que não dizer, a abstração. Um dos exemplos são os desenhos caricatos do brasileiro Gustavo Duarte para a minissérie do Bizarro.
APROXIMAÇÃO COM O SHOJO MANGÁ
As meninas estão se tornado público-alvo das HQs como nunca na indústria dos quadrinhos. Essas HQ não são devem ser um gênero ou um selo à parte, mas mostrar que sim, super-heróis também são feitos para elas. Elas querem heroínas que as representem. Algo que a Batgirl, de Cameron Stewart e Babs Tarr faz muito bem apresentando o mundo dos super-heróis para garotas adolescentes e trendys.
MULTIRREPRESENTAÇÕES RACIAIS
Como podemos chegar à conclusão vendo a nova formação dos Vingadores pós-Guerras Secretas, as editoras querem se tornar mais representativas socialmente. Essa representação também precisa ser multinacional pois os filmes de ambas Marvel e DC estão se tornando sucessos internacionais maiores que locais. Para cativar os públicos de diversas etnias, raças e nações é preciso personagens que possam captar essa identificação, como faz, por exemplo, a Miss Marvel, Kamala Khan, que representas as meninas muçulmanas.
QUESTÕES DE GÊNERO
Todos querem se ver nos quadrinhos e por que seria erado termos quadrinhos de super-heróis cada vez mais plurais e que abarquem as diversas representações da humanidade? Um bom exemplo disso são as histórias da Capitã Marvel, escritas pela competentíssima Kelly Sue DeConnick, através de um ponto de vista bem feminino. Outro exemplo são as histórias da Thor mulher que deu de lavada em vendas nas revistas do Thor homem. Sim, as heroínas nunca estiveram tão na crista da onda como nos dias de hoje. Go for it!
SEXUALIDADE
Dar o mesmo valor para as mulheres e para os homens, para os heteros e para os gays, para os cis e para os trans, com alguns esbarros no caminho, é uma tendência não só dos quadrinhos, mas da mídia em geral. O Homem de Gelo é gay e isso gerou o maior bafafá. A Mulher-Gato é bissexual e isso também gerou um bafafá. Nas últimas semanas a declaração de que Arlequina e Hera Venenosa eram namoradas nem gerou todo esse bafafá por aí. Talvez fosse algo esperado. Mas os leitores querem é saber como e com quem os super-heróis fazem amor. Afinal, sexo vende e sempre vendeu.
HUMOR
Pendendo menos para o lado dos heróis cruéis e raivosos, o humor está muito em voga nos quadrinhos. Vemos uma proliferação de gibis em que os protagonistas são personagens cômicos. Deadpool vem puxando todos os outros, mas foi com o sucesso dos Guardiões da Galáxia que as editoras viram que os fãs não queriam só heróis sisudos e porradões. Estão aí a Garota-Esquilo, a Arlequina, o Bizarro e o Homem-Formiga para comprovar.
BRINCADEIRAS COM O LAYOUT E A FORMA DE CONTAR HISTÓRIAS
O modelo antigo de histórias em quadrinhos de super-heróis está ruindo. Novos desafios são exigidos dos artistas e roteiristas que fazem uma HQ, seja ela digital ou no papel. Estamos num tempo em que uma história não deve ser apenas boa, ela deve saber se conectar com o leitor de uma forma inventiva que vença as barreiras do papel. É saber usar o storytelling, usar todos os recursos disponíveis para uma história: redes sociais, audiovisuais, ARGs, e até os velhos passatempos e jogos de tabuleiro.
DO INDIE PARA O MAINSTREAM DO MAINSTREAM PARA O COPYRIGHT
Passou o tempo em que a onda era trazer autores que faziam experimentações nas revistas da Marvel e na DC. Agora é hora desses autores consolidados caminharem com suas próprias pernas e lançarem suas séries autorais, nas quais eles podem ganhar seus próprios direitos autorais e, quem sabe, como Brian M. Bendis e Mark Millar, emplacar seus sucessos na TV e no cinema. De olho nisso, Rick Remender e Sean Murphy foram além da Vertigo e agora estão desenvolvendo uma série com a Image Comics, onde os autores independentes são mais bem-vindos. O mesmo fez Brian K. Vaughan com seu sucesso Saga.
APOSTAR MAIS EM TIROS NO ESCURO
Por que, né, todo mundo cansou da mesmice! Então as editoras vão apostar em fórmulas diferentes das que estão acostumadas a manter, como por exemplo a série PREZ, em que uma garota é presidente dos EUA. Boa parte da safra da DCYOU é assim: apostas no escuro, mas que prometem muito. Não sabemos o que virá da Marvel pós-Secret Wars, mas será algo buscando capturar uma nova audiência e mantendo aquela antiga com fôlego renovado ainda que mirando nos tiros garantidos das séries que vêm do caminho trilhado pelos filmes.
MUDANÇAS DRÁSTICAS
Aaah, o mundo vai acabar! Isso na DC e na Marvel! E o mundo vai acabar e vai acabar e vai acabar e nada será como antes, amanhã! Os eventos se tornarão cada vez mais enormes e abarcarão mudanças em espaços de tempo cada vez mais próximos um dos outros. Não serão mudanças quaisquer, mas algo trágico, drástico, que vai chocar você… para três meses depois voltar tudo como era antes e então recomeçar um novo ciclo de Ragnaroks. Bem, é isso que acontece com os deuses, eles são substituídos por versões renovadas de suas efígies.
Ótimo post.
🙂
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Valeu! 😉
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Menos ligações cronológicas (assim espero) e mais influenciais do cinema (infelizmente)!
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Novos tempos de diversão ou desilusão?!
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Só o tempo dirá, Pauloe Lucas. Aguardemos! Abs!
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ainda bem que os japoneses não se corromperam comtoda essa besteira
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Cada mercado tem as suas peculiaridades, Aristeu! Abs!
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Gostei do seu texto, pois já estava na hora de termos uma mudança significativa na forma de narrar os gibis.
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Valeu! Abraços!
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