10 Motivos, destaque, quadrinhos
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10 Quadrinhos Girl Power!

GRLcapaEm tempos que o empoderamento feminino cai em redação do ENEM, nada melhor do que ficar por dentro de mulheres e garotas poderosas! Para isso, selecionamos uma lista de 10 HQs que mostram como as mulheres podem competir em pé de igualdade com os homens. Ou ainda, para engasgo dos machistas, serem muito melhores que eles. A diferença é que a gente selecionou HQs que não se encontram nesse tipo de lista mais comumente. Então se prepare, ligue seus motores, e que a melhor mulher vença!


GRLpersépolisPERSÉPOLIS, DE MARJANE SATRAPI

Anos 70, o Aitolá Khomeini retorna ao Irã e começa a Revolução Iraniana após a derrubada do Xá da Pérsia. O Irã se torna um estado islâmico, governado pela religião. Logo os direitos civis começam a ser cerceados, mas quem sofre mais são as mulheres, que agora são consideradas inferiores aos homens. Persépolis narra a infância de Marjane Satrapi no Irã de Kkomeini, sua relação coma família e com Deus, como foi ter que fazer trafico de fitas cassete de rock e pop nos anos 80. Mas também mostra como foi sua adolescência na Europa e a diferença entre os costumes do oriente e do ocidente, entre a liberdade e a repressão. Se você acha que a situação da mulher no ocidente é periclitante, leia essa graphic novel premiada e tenha outra visão.

Para ler uma resenha completa da graphic novel Persépolis, clique aqui.


GRLprometheaPROMETHEA, DE ALAN MOORE E J.H. WILLIAMS

Promethea, é um avatar da imaginação e a Immateria é o reino da imaginação, onde acontecem as histórias, as artes, a magia e todo nosso estofo criativo. Esse avatar já habitou diferentes corpos desde a invenção da escrita e vem mudando seu aspecto conforme o conceito de imaginação vem mudando. Promethea se manifesta no mundo real ao longo dos séculos, por meio da imaginação de uma grande quantidade de indivíduos, que conseguem incorporá-la e canalizar a energia dela. Promethea é uma história da força feminina da inspiração, das musas, da imaginação e da realização do mundo imaginário através da arte. A Panini vai lançar o primeiro volume da edição definitiva de Promethea esse mês.


GRLbunchESSA BUNCH É UM AMOR, DE ALINE KOMINSKI-CRUMB

Ela pode não saber desenhar, mas sabe conduzir uma história interessante. Ela pode não saber proporções de desenho, mas ela nos faz sentir mulherrr. Aline Kominski-Crumb, pra quem não sabe, é a mulher do virtuose do quadrinho underground, Robert Crumb. Sem puderes e sem papas nas língua, a Bunch – que é seu apelido, não me perguntem a razão – vai desfilando diante de nossos olhos toda a podreira da sua vida: seus relacionamentos sexuais, suas espinhas, as drogas, as bebedeiras e, claro, sua intimidade com Crumb. Aline traz uma empatia em suas HQ de cotidiano que pouca autoras conseguem, principalmente no estilo underground. São histórias principalmente divertidas e irônicas, mas que ao mesmo tempo fazem pensar e nos colocar no lugar de uma Bunch.


GRLmulegatoMULHER-GATO: ANO UM, DE MINDY NEWELL E J.J. BIRCH

Bem antes dessa modinha de nhenhenhe mulherzinha tem que escrever mulherzinha porque só uma mulher sabe como agradar a outra (oi?), enfim, bem antes disso, na época da Batmania nos anos 90, Mindy Newell escreveu como seria o início da ladra de jóias mais gostosa e peligrosa do Universo DC. Ali nessa minissérie, Selina Kyle ganhou estofo. Tal estofo também serve de pano de fundo para a personagem homônima na série Gotham. É uma HQ muito bem escrita, com bons desenhos e que trazem pela primeira vez a irmã freira de Selina (não sei se isso foi mantido nos Novos 52). Essa personagem que é a primeira opção de fantasia de Halloween das mulheres (segundo um amigo meu cuja a mãe tem Loja de Fantasias) recebe nessa mini, em edição única no Brasil, o tratamento que merece.

Para ler sobre a Mulher-Gato e sua recém anunciada bissexualidade, clique aqui.


GRLbruxariaBRUXARIA: UMA HISTÓRIA DE VINGANÇA, DE JAMES ROBINSON, MICHAEL ZULLI, TEDDY KRISTIANSEN, PETER SNEJBJERG E STEVE YEOWELL

Uma minissérie em três edições pelo selo Vertigo, Bruxaria mostra três episódios feministas de vingança e bruxaria através dos séculos pelos olhos dos três aspectos da deusa Hécate, a deusa das bruxas. Todas escritas por James Robinson, o mesmo de Starman, trata-se da história da mesma mulher buscando vingança de reencarnação em reencarnação contra o mesmo demônio, também reencarnado. Desde os tempos romanos, quando uma donzela era violentada e seu templo profanado até os dias de hoje quando a mesma mulher tem de fugir e se vingar de uma relação de abusos e rituais satânicos. Essa HQ é um deleite da catarse. Como dizem, a vingança é melhor servida crua. Nesse caso, gelada.


GRLestranhosESTRANHOS NO PARAÍSO, DE TERRY MOORE

Katchoo e Francine, as protagonistas de Estranhos no Paraíso, são garotas comuns. Mas por comuns quero dizer que elas não voam e nem tem superforça para conquistar os leitores. Envolvidas em um triângulo (e às vezes um quadrado) amoroso elas são grandes amigas e também antíteses uma da outra. Enquanto Katchoo é toda pró-ativa, violenta e revoltada, Francine é carinhosa, sonhadora e meiga. Katchoo luta para que as mulheres – e principalmente Francine – sejam levadas mais a sério e Francine luta contra a balança. Apesar de contrárias, uma acaba completando a outra e fazendo com que nós, leitores nos divistamos no processo. Uma série premiada e imperdível de Terry Moore.

Leia aqui 10 Motivos Para Ler Estranhos no Paraíso.


GRLaliasALIAS, DE BRIAN MICHAEL BENDIS E MICHAEL GAYDOS

Jessica Jones. Autodestrutiva. Alcóolatra. Xinga muito. Não tá nem aí pro que você pensa dela. E manda um dedo do meio pra sociedade. Mas a verdade é que ela possui super-poderes e faz parte do Universo Marvel. Por uns tempos ela até foi uma vingadora. Aqui BMB, apresenta sua força nos quadrinhos noir. Jessica é uma detetive casca-grossa envolvida com casos que nem toda detetive particular poderia encarar. Mas é visão dura e adulta da história que conquista nós, os leitores. Bem longe de uma princesa Disney, Jessica não é uma Mary Sue como a Mulher-Invisível. Nem uma fútil como a Vespa. Ela é mulher com M maiúsculo e uma das grandes adições retroativas para o Universo Marvel. Esse mês ela ganha sua série própria pelo Netflix. Não perca!

Afinal, quem é essa tal de Jessica Jones?


GRLwhiteoutWHITEOUT: MORTE NO GELO, DE GREG RUCKA E STEVE LIEBER

Greg Rucka é um autor conhecido por escrever mulheres fortes. Já escreveu a Mulher-Maravilha, a Batwoman e a detetive Renée Montoya em Gotham City Contra o Crime. Em Witeout, que foi adaptado para o cinema como Terror na Antártida, um filme estrelado por Kate Backinsale, acompanhamos a agente Carrie Stetko numa investigação acerca de um serial killer em uma estação de pesquisas na Antrártida. A ação é de tirar o fôlego e a investigação nos mantém presos na trama do início ao fim. Destaque para os desenhos de Steve Lieber que sabe conferir o clima Antártico mesmo usando apenas do preto e do branco.

Para ler uma resenha mais completa sobre Whiteout, clique aqui.


GRLhiketeiaMULHER-MARAVILHA: HIKETEIA, DE GREG RUCKA E J.G. JONES

Uma das maiores histórias da Mulher-Maravilha dos tempos modernos. Pra começar, quer empoderamento feminino maior que a capa dessa HQ? O pé de Diana sobre a cabeça de Batman. A história gira em torno de tradições e quebra de tradições. Mas no ponto positivo das tradições que são os valores. Trata-se do juramento de Hiketéia, que vem da Grécia antiga, e envolve proteger e ter uma pessoa como se fosse membro da sua família. Mas aquele que quebrasse o juramento sentiria a ira das impiedosas e bondosas Fúrias. Aqui, Diana protege na embaixada de Themiscyra uma agarota alquebrada e vítima de maus-tratos. Para proteger a garota e manter seu juramento, ela vai enfrentar até seu amigo Batman, que acredita que a garota é uma criminosa. O que vencerá? As tradições? A justiça divina? A justiça dos homens? Ou os valores?

Mulher-Maravilha e seu polêmico criador, o psiquiatra William Moulton-Marston.


GRLtempsTEMPESTADE, DE GREG PAK E VICTOR IBAÑEZ

Eu já falei como a personagem da Tempestade, líder dos X-Men, é a epítome das minorias: mulher, negra, mutante, bissexual e velha (ora, ela tem os cabelos totalmente brancos!). Essa nova série, iniciada em 2014 por Greg Pak e Victor Ibañez faz parte da iniciativa da Totalmente Nova Marvel. O legal dessas histórias é que elas valorizam a personagem Tempestade de uma forma minimalista. Não existem cenas Michaelbayzísticas o tempo todo na HQ, mas trata de motivações da personagem e o uso de seus poderes. Ela reencontra personagens de seu passado como seus ex-namorad@s Yukio, Callisto, Wolverine e Forge e amarra as pontas soltas com eles. Muito mais que uma HQ de uma mutante superpoderosa é uma HQ de uma mulher que sabe se relacionar com todo tipo de gente e sabe dar um final satisfatório para seus relacionamentos.

Tempestade: o bonequinho que era rejeitado nas prateleiras.


Leia essas HQs e grite “We Can Do It!’ depois. E mande uma banana para os machistas!

8 comentários

  1. não acho a Vespa fútil… ela já foi até líder dos Vingadores, liderando o Namor e o Hércules. Infelizmente outros roteiristas esquecem da evolução da personagem.

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    • guilhermesmee diz

      Infelizmente, Leo, é essa imagem que está associada a ela e acabou se reproduzindo nas histórias recentes.. Acho que os novos roteiristas tem um pouco de preguiça de ler todas as histórias dela e acabam “esquecendo” certa evoluções. Abraços!

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  2. Pingback: Marjorie Liu: “Marvel e DC Têm Muito o Que Aprender Sobre Diversidade”. | Splash Pages

  3. Pingback: A Ilha Paraíso em Que As Mulheres Não Entram | Splash Pages

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