Com toda a polêmica criada com a morte do Superman dos Novos 52 (Juninho Play) na nova fase da DC Comics, Rebirth, e com o retorno do velho Superman, do Pré-Zero Hora, que agora é pai do Superboy (o Superdad), voltamos à velha pergunta da clássica história dos anos 70: “Precisa haver um Superman?”.
Caso você esteja caindo de paraquedas no mundo dos quadrinhos e não saiba, o Superman morreu pela terceira vez. Mas, desta vez, tudo leva a crer que aquele Superman não era o verdadeiro, mas sim, um construto. Uma vez que ele morreu enfrentando outro construto, um Superman em chamas, e se tornou apenas puuuuuuurpurina. Isso aconteceu na saga The Last Days of Superman (Os Últimos dias do Superman), no final da iniciativa dos Novos 52 e foi escrita por Peter Tomasi e desenhada por vários artistas.
Mas, por que o Superman é tão importante para o Universo DC? E por que o Superman é tão importante para nós, leitores de super-heróis, mesmo se você não gosta do personagem? Vamos tentar explicar tudo isso já, já. Mas primeiro eu gostaria de falar sobre uma outra história, também “super” importante para a mitologia do Homem de Aço, que foi publicada em Superman #242, de janeiro de 1972, escrita por Elliot S! Maggin e desenhada por Curt Swan, chamada “Um Superman É Necessário?”
Nessa história, publicada no Brasil pela última vez em Coleção DC 70 Anos #1 – Superman (maio de 2008), pela Panini Comics, os Guardiões do Universo (os anões azuis chefes dos Lanternas Verdes) observam nosso planeta e levam o Superman a julgamento. Eles o culpam por não fazer o suficiente pela Terra como fez para outros planetas. Deixado com essa questão em mente, Superman vai até a Califórnia onde encontra trabalhadores quase escravos nas plantações de laranjas e o abuso do trabalho dos imigrantes. Isso faz com que o Super se lembre que talvez ele também seja um migrante – embora ele venha de outro planeta.
Ao conhecer o lugar onde moram os trabalhadores, Superman se depara com um terremoto que destrói as habitações dos trabalhadores pobres. Em seguida, os trabalhadores pedem para que Superman reconstrua suas casas, o que ele faz. Os trabalhadores pedem, então, para que ele os ajude contra seu patrão abusador. Ao que Superman responde: “Vocês não precisam de um Superman! O que realmente precisam é da super força de vontade de serem guardiões de seu próprio destino!”. E indica o jovem Manuel como um exemplo, que foi a favor de seus direitos trabalhistas e contra a vontade de seus patrões de explorá-los ainda mais. Os Guardiões do Universo, então, percebem que o Superman entendeu seu recado e que era hora do tempo seguir seu curso.
Embora o Superman não atue nos problemas “mundanos”, do Universo DC, quando ele começou a aparecer nas revistas na década de 30, o Superman defendia exatamente isso: direitos trabalhistas, lobbystas, mulheres que eram espancadas pelos maridos, e não supervilões. Foi com o tempo que as ameaças que Superman e os super-heróis enfrentavam se tornaram tão extremas, de maneira que somente pessoas com superpoderes poderiam encará-las.
Mas sempre que entra em baila a questão da importância do Superman para o seu universo de histórias em quadrinhos e do de história por trás das páginas (o nosso), a resposta é a mesma: força e inspiração. No universo DC Pós-Crise nas Infinitas Terras, o Superman era o primeiríssimo herói, aquele que inspirou todos – até o Batman – a surgirem. O mesmo acontece no Universo DC dos Novos 52.
Aqui, no nosso mundo, o mundo real, Superman serviu de inspiração para os trabalhadores, braçais e de fábricas, a saírem da grande depressão econômica – uma bem parecida com a dos dias de hoje -, que começou em 1929, a se reinventarem e terem força para resistir. Da mesma forma, as revistas de Superman e companhia eram distribuídas para os soldados nos fronts da Segunda Guerra Mundial como inspiração de luta, força e coragem para que os soldados que enfrentaram os nazistas. Não por acaso, essa foi a época em que revistas em quadrinhos de super-heróis vendiam como água: mais de 2 milhões de exemplares por mês.
Você pode dizer: “Não precisa haver um Superman no mundo real. Nós nos viramos muito bem sem ele”. Na verdade, amigo que diz isso, existe sim um Superman no mundo real. É aquele que nós lemos, embora ele não seja tão “real” quanto o mundo em que vivemos. Esse Superman é aquele que nos inspira a praticar o bem, a superar obstáculos, a sobrepor os abusos e enfrentar a injustiça.
Quantas pessoas os super-heróis não ajudaram, de uma forma ou de outra, mesmo “não existindo”? A mim, eu sei o quanto já ajudaram. Então, sim, precisa haver um super-homem, ou super-homens. Talvez ele esteja numa banca de jornal, num encadernado nas livrarias, no Universo DC. Ou talvez ele exista mesmo é dentro da gente e, como o próprio Super disse, “na nossa super força de vontade de sermos guardiões do nosso próprio destino!”.
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Republicou isso em arteurbana27.
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Lembro que a gente discutiu isso em uma outra postagem, sobre tudo que o Super representa… sobre a atitude que ele poderia mudar (mas não deveria). De fato, eu acredito no Superman, nesse que nos habita, nesse que tem condições (e até motivos) para ser maléfico, mas sabe para que deve usar seus poderes.
À propósito, esse texto tem trechos muito bonitos!
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Exato! Valeu pelos elogios! Acho que acertei na mão nesse! Abraços!
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Bem assim. Não importa a idade. Todos precisam e buscam fontes de inspiração, motivação e bem-estar.
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Uhum! E muitas vezes ler quadrinhos nos proporciona isso tudo! Abraços!
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Que belo texto, cara. Parabéns!
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Valeu xará! Abraços!
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Concordo que deve haver sempre um Superman para nos inspirar seja na ficção ou dentro de nós mesmos. Encontrando forças pra seguirmos em frente não importando o quão seja difícil nossa vida cotidiana. Seu texto ficou excelente.
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Valeu, cara! Abraços!
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There is.
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