Mês: março 2008

Pessoas Normais não têm História

Substituindo um post por outro. O Samir falou que eu devia por mais Gui Vision aqui nesse blog. Então tá. Essa semana estou lendo o livro novo da profe Cíntia Moscovich, Mais ou Menos Normal (Publifolha, R$19,90). O livro conta a história de Gaia, uma garota criada por pais hippies, que se vê às voltas com um atentado a um ministro. A obra faz parte da coleção Cidades Visíveis, da Folha de São Paulo, na qual os autores contam uma história com plano de fundo na cidade onde vivem. Estou gostando bastante. Até porque me identifico com a personagem. Também por se passar em Porto Alegre e a Cíntia colocar várias peculiaridades que só quem vive aqui conhece. Isso não quer dizer que não seja indicado pra quem não conhece a cidade. É, ainda, uma forma de conhecê-la sem ir até ela. Mas, voltando à Gui Vision. Na aula, a Cíntia diz o seguinte: ninguém vai escrever um romance sobre o dia-a-dia de alguém. Ninguém vai escrever uma história sobre a normalidade. Afinal, qual seria …

Cthulhu #1

Meus tios trouxeram para mim da Espanha essa edição da revista Cthulhu (Diabolo Ediciones, €$ 5,95), voltada para comics y relatos de ficción oscura. A número 1 é temática de Lovecraft, são HQs baseadas ou inspiradas em contos do autor. Na revista também há uma sessão de relatos, de contos, e o apresentado nessa edição, “El atajo” é bem perturbador. Fala sobre um caminho nefasto no meio da floresta, onde quem se dirigia para lá nunca mais voltava. O estilo da revista é bem variado, tanto na maneira de contar a história quanto nos desenhos. A maiori das histórias tem como plano de fundo a escuridão e como ela muda a vid a das pessoas. A variedade é parecida com o que fizeram aqui no Brasil com as histórias dos Irmãos Grimm. Uma história bem legal é “Cortijo Jurado”, na qual um médico visita um casarão onde uma mulher está morrendo de uma doença estranha. Há uma única história colorida nesta edição, “Jerome Delaquay”, cujo desenho lembra bastante o do Mike Mignola. E há também …

Sonhos Sorumbáticos

Sandman – Entes Queridos (Citações I)

Estou na metade de Sandman – Entes Queridos (Conrad, R$ 94). Aqui vão algumas citações que gostei na primeira parte. Neil Gaiman é uma das minhas grandes influências, não só para textos e um dos meus autores favoritos. “Não posso dizer que aprecio inícios. São coisinhas confusas. Prefiro belos finais. Neles, você sabe onde está”. – A Anciã, das Bondosas. “Sempre foi prerrogativa das crianças e dos estúpidos dizer que o imperador está nu. Mas o estúpido permanece estúpido e o imperador continua imperador”. – Sonho. “Andei fazendo uma lista de tudo que não ensinam na escola. Não ensinam a amar alguém. Não ensinam a ser famoso. Não ensinam a ser rico ou pobre. Não ensinam a se afastar de alguém que você não ama mais. Não ensinam a saber o que se passa na cabeça dos outros. Não ensinam o que dizer a alguém moribundo. Não ensinam nada que valha à pena saber. Às vezes eu me sinto… porra… sei lá. Oca. Em geral, quando não sinto o que deveria sentir. Uma amiga está …

Whiteout – Morte no Gelo

“Você tem ovários de ferro, Lily!”, fala de Carrie Stetko, personagem principal de Whiteout – Morte no Gelo (Devir, R$ 25), escrita por Greg Rucka e desenhada por Steve Lieber. Rucka tem pendor para construir personagens femininas fortes, lutadoras, mulheres que não deixam por menos. Foi pelas mãos dele que a policial Reneé Montoya se tornou uma das personagens favoritas dos leitores de Gotham City Contra o Crime, uma das séries policiais mais elogiadas dos quadrinhos. Rucka também escreveu a Mulher-Maravilha, deixando suas histórias com tons mais pesados que os usuais. Foi na fase dele que Diana matou Maxwell Lord e, como episódio foi televisionado, a princesa amazona ganhou a antipatia do público. Mas não são apenas de mulheres fortes que vivem as histórias do escritor. As tramas de Rucka costumam ser intrincadas, cheias de reviravoltas e com finais inesperados, como toda boa história policial deve ser. Whiteout mostra os passos da agente Stetko e da enigmática Lily Sharpe tentando descobrir o responsável por um assassinato no meio da vastidão antártica. Do primeiro crime seguem-se …

Delivery Service of Corpse

Essa semana comprei Delivery Service of Corpse (Conrad, R$ 12,90) para dar uma chance ao mangá, coisa que não está regularmente nas minhas leituras. O plot chamou a minha atenção: um grupo de estudantes de uma universidade budista se reúne para resolver os assuntos pendentes dos mortos. O roteiro é de Eiji Otsuka e a arte de Housui Yamasaki. No primeiro volume são quatro histórias. A primeira, Felicidade Incompleta, conta como Kurô Karatsu encontra seus companheiros e como eles iniciam a Amigos Voluntários Kurosagi. Kurô é o que chamam no Japão de Itako, uma pessoa capaz de se comunicar com os mortos através do contato físico. O resto do grupo também tem habilidades específicas: uma hacker, um radiestesista (capaz de localizar água, tesouros e cadáveres sob a terra), uma embalsamadora e um canalizador (? – um cara que canaliza energias extraterrestres através de seu fantoche). O gibi é recomendado para maiores de 16 anos. O conteúdo das histórias não poupa o uso de violência e nudez, todo parece  acontecer de uma forma gratuita. Para se …