A Marcha das Mulheres na Marvel

Sobre a Marcha das Mulheres contra Trump e o que isso tem a ver com o protagonismo feminino cada vez mais destacado na editora Marvel. Ah, e mais um pouco sobre “Por que criar uma versão e não criar um herói novo??” Letisgo!

O dia de ontem foi marcado por manifestações nos EUA e em outras cidades do mundo contra o 45º presidente americano, Donald Trump e as suas declarações polêmicas durante a campanha que o elegeu. De um modo simples as manifestações começaram com o chamado de uma senhora de 60 a suas amigas mais próximas para irem a Washington marchar no dia seguinte a posse de Trump. De um jeito incrível, o convite se estendeu a milhões de mulheres, homens e crianças ao redor do mundo. A Marcha das Mulheres, como ficou conhecida, foi um belo exemplo de protagonismo feminino.

A Marcha das Mulheres em Minnesota.

Atualmente vivemos em um mundo, infelizmente, divido. De um lado temos quem percebeu o erro e quer mudá-lo e do outro temos aqueles que não acreditam que exista um erro, mas sim um “exagero”. Gênero, etnia, orientação sexual, religião, origem…

Se esquecermos essas palavras e nos focarmos em outra coisa as discriminações vão acabar?? Se continuarmos preocupados nelas e salientarmos as mudanças, o preconceito terá um fim?? Duas questões extremamente parecidas e diferentes ao mesmo tempo, mas a pergunta principal é: por que trazer essa discussão para um blog aonde o foco principal são as histórias em quadrinhos??

Cartazes feitos para a Marcha das Mulheres.

Eu acredito que hoje devemos cada vez ter mais representatividade nos quadrinhos. Tal mídia é responsável por atingir todas as faixas etárias disponíveis e quanto mais cedo novas gerações foram apresentadas ao “diferente” (aspas, muitas aspas), o “diferente” se tornará “normal”!!

Hoje nós temos na Marvel diversas revistas aonde o protagonista é representante de uma minoria, temos mulheres, negros, latinos, muçulmanos, gays, mutantes e inumanos, e por mais que sejam esses heróis o rosto de um amanhã normal e fabuloso (normal, porque vivemos em um mundo diversificado, fabuloso, porque infelizmente a diversidade ainda não é aceita, e quando no amanhã ela for aceita, será fabuloso), eles ainda incomodam.

Hello, gorgeous!

A maior critica de quem não gosta dos novos heróis é: “Por que criar uma versão e não criar um herói novo??”

Ora, ora, leitor!! Se eu leio uma história da Riri Williams, que não sofreu um acidente e não tem que usar uma armadura para permanecer viva, que não é um canastrão mulherengo, e que não é rica, por que eu estou vendo uma versão de Tony Stark?? A não ser que o Tony Stark perdeu a melhor amiga e o padrasto em um tiroteio, ambos baleados no coração e criou a sua primeira armadura aos 15 anos com peças roubadas de sua universidade… Bem, eu tenho uma surpresinha para você, eles não são o mesmo personagem!! A Riri é uma personagem nova e é mais! É o espelho de um mundo que começa agora e devagar a aceitar as diferenças, a colocar todos no papel de protagonista!!

Riri Williams, a Coração de Ferro.

Ontem tivemos um grande exemplo de protagonismo, historicamente as mulheres sempre se posicionaram contra imposições sem lógicas e é maravilhoso ver elas se posicionando contra o que para uns são só “o que acontece mesmo” ou “o normal para um homem rico e poderoso” eu acredito que toda vez que uma minoria toma o holofote, se torna protagonista, temos uma avanço como sociedade!! Por mais protagonismo dentro e fora dos quadrinhos!!

Bye, bye, Tony!