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As diferenças entre fãs de super-heróis novos e antigos

Por mais que você diga que nós somos tomos todos iguais perante a lei desde a Revolução Francesa, a verdade é que não somos. Fãs antigos e fãs novos se comportam de maneiras diferentes. É mais ou menos a mesma comparação com pessoas jovens e pessoas velhas, claro, com algumas boas exceções, mas em essência, o que se vê aí pela internet é mais ou menos como descrito abaixo. E sim, é fácil identificar um fã novo de um antigo apenas pelo teor de seus comentários.


ORIGENS:

OVNgroot

“Eu sou Groot!”: Fãs novos vieram na última onda de filmes da Marvel e da DC, eles adoram o Coringa, mas nada de flor que solta água ou botão de choque na mão, o Coringa é dark. Eles adoram os Guardiões da Galáxia, mas não sabem quem fez parte da equipe original dos Guardiões. E sim, eles confundem o que é da Marvel com o que é da DC. E adoram compartilhar o meme nerd mais batido de todos os tempos: “Quando meu filho crescer pode escolher a religião que quiser: Marvel ou DC.”

OVNfriends

“Enquanto isso na Sala de Justiça…”: Fãs antigos conheceram os super-heróis nos desenhos ou nos próprios gibis. Os mais velhaços viram os Super-Heróis Shell, os desenhos desanimados da Marvel nos 60. Ou nem tanto velhaços, eram fãs dos Superamigos, anos 70. Os que estão ficando velhaços curtiam a série animada do Batman e os desenhos do Aranha e dos X-Men dos anos 90. E não, eles não gostam dos filmes novos, não gostam dos efeitos especiais, porque no gibi e no desenho era muito melhor.


REAÇÕES:

OVNaliens

“Massa vei!”: Para os fãs novos tudo é questão de cair o queixo. Tudo em relação aos super-heróis faz eles se comportarem como os alienígenas verdes do primeiro Toy Story (Ooooooooh!). As séries dos super-heróis são todas sensacionais, não importa quantos absurdos cronológicos ou quão ruins sejam os atores delas. Eles compram qualquer quinquilharia que tenha seu herói estampado e vestem camisetas do Lanterna Verde sem saber quem foi o primeiro dos Lanternas. Não, amiche, não foi o Hal Jordan.

OVNgrumpy

“No meu tempo era melhor. Hunf!”: É certo que você já ouviu isso do seu avô ou da sua tia, quem sabe até de seus pais ou irmão mais velho. A arrogância característica da velhice, que apesar da experiência, cruza os braços para o que é novo e acaba se tornando defasada, perdida no tempo e no espaço. “Socorro, Will Robinson!” >>> E só eles vão entender essa referência!


TIPOS:

OVNspider

“Mr. Boombastic!”: O leitor novo quer polêmica e, como é ele quem alimentar a indústria, as editoras entregam mais e mais polêmica. Reboots, crossovers, pancadaria extrema, sexo, casamentos gays, mulheres peitudas, mulheres invisíveis adotadas, bundas do Wolverine e da Viúva Negra, filhos de Magneto inumanos, Batgirls impostoras. E o pior não é isso tudo, é que tem alguns velhacos que surfam nessa onda também. E aí, vai dizer o quê?

OVNmine

“Meu! Meu! Meu!”: Quem se lembra daquela cena de Procurando Nemo, que as gaivotas se aglomeram para pegar os peixinhos gritando Meu! Meu! Meu! ? Assim também é reuniões de velhaços dos quadrinhos quando param para falar do seu personagem e fase favoritos. “O meu gosto é melhor que o seu, e ele é bem refinado e pode ser comprado numa delicatéssen de gostos. O seu gosto nem no camelô vendem, loser”. É como se eles vivessem naquele tempo o tempo todo e só falam daquilo toda a vez que se conversa com ele. O melhor Superman é o do Curt Swan. Depois do Chris Claremont ninguém acertou nos X-Men. O Homem-Aranha do Dan Slott é uma porcaria. Sendo que esse tal fã antigo nem lê as coisas novas. E aí, vai dizer o quê?


OVNopen

Eu acho que eu não sou um fã novo: não me empolgo tanto com os filmes, mas amei Guardiões da Galáxia e sempre compro revistas novas todo o mês. Tenho minhas fases preferidas como bom leitor dos longínquos anos 90, mas também sei que havia muita porcaria naqueles tempos como ainda há hoje. Um bom texto para ser lido em adição a esse é a conclusão da minha análise das Eras dos Quadrinhos, que você pode ler clicando aqui. Abraços e não me ameacem de morte. Só escrevi verdades.

Fiquem com um reggae para acaaaalmaaaar…

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Guilherme “Smee” Sfredo Miorando nasceu em Erechim em 1984. É Mestre em Memória Social e Bens Culturais, onde pesquisa quadrinhos e sexualidades. É especialista em Imagem Publicitária e bacharel em Publicidade e Propaganda. Ministra aula de quadrinhos e trabalha com design editorial e roteiros. Já trabalhou em museus e com venda de livros e publicidade. É pesquisador associado do Cult de Cultura e da ASPAS (Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial). Faz parte do conselho editorial da Não Editora. Co-roteirizou o premiado curta-metragem Todos os Balões vão Para o Céu. Seu livro de contos Vemos as Coisas como Somos foi selecionado pelo IEL-RS em 2012. A partir de 2014, publicou ao menos um quadrinho independente por ano. Loja de Conveniências, sua primeira narrativa longa foi lançada em 2014. Em 2015 participou da coletânea de HQs LGBT Boys Love. Em 2017 colaborou com o quadrinho A Liga dos Pampas de Jader Corrêa, que explora mitos gauchescos. Também lançou Desastres Ambulantes em parceria com Romi Carlos, um quadrinhos sobre segunda guerra mundial e OVNIs, que foi selecionado pelo edital estadual PROAC/SP. Em 2017, publicou Abandonados Pelos Deuses: Sigrid, com Thiago Krening e Cristian Santos e também Fratura Exposta: REDUX com Jader Corrêa. Também escreve os roteiros para os super-heróis portoalegrenses Super Tinga & Abelha-Girl. Mantém o blog sobre quadrinhos splashpages.wordpress.com há mais de 10 anos.

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