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Eu cresci no Universo Marvel, por Joss Whedon

Joss Whedon

Joss Whedon

“Eu cresci no Universo Marvel. Eu tinha uns 10 anos quando entrei pela primeira vez. Ross Andru fazia o Homem-Aranha se balançar por toda Nova York. George Pérez tinha jogado os Vingadores na Contraterra. Foram os meus primeiros gibis, aquele pelos quais eu corria pra banca de jornal, mas logo estava lendo quase toda a linha da Marvel. Conhecia todas as histórias também; devorava todas as edições anteriores, origens e antologias que podia encontrar. Era um espaço rico e místico, cheio de grandes aventuras cósmicas e dramas pessoais. Um bom lugar para crescer.

E a melhor parte de tido isso é que esse universo parecia estar crescendo junto comigo. Enquanto eu passava pela adolescência e me deparava com uma realidade sombria e mais complexa, a Marvel acompanhava cada um dos meus passos. As revistas, que já eram tão ricas, tornavam-se mais profundas e sombrias. Conceitos mais audaciosos, narrativa visual mais sofisticada. Os personagens era mais ambíguos, bem amarrados, torturados e adultos do que qualquer adulto pudesse suspeitar. Deathlock, Howard, o pato, Wolverine, Elektra. Estava a dois anos de entrar na faculdade quando Frank Miller começou a destruir tudo, desconstruindo e reafirmando tudo que eu pensava sobre super-heróis. A ingenuidade bombástica da Zona Negativa e os raios gama foram substituídos pelas cenas cinematográficas que eram as sutis operações do rei do Crime e do tentáculo. ‘Tá na hora do pau’ suplantado por ‘snickt!’.

Depois disso, a Marvel e eu separamos por um tempo. Nas poucas vezes que voltei, sentia que tinha pouco o que nos ligava. Mary Jane meio que parecia uma musa de calendário de borracharia, o Justiceiro matava garotos do ensino médio impunemente (drogas, claro – os anos 1980 não foram classudos?) e havia muitas Jean Greys por aí. Eu me sentia meio perdido. Parecia que todos na terá eram um X-alguma coisa”.

Joss Whedon, na introdução de Terra X. Além de escrever para a Marvel as séries Surpreendentes X-Men e Fugitivos, Whedo também é o criador de Buffy, a Caça-Vampiros. Ele também escreveu o roteiros de muitos filmes de sucesso como Toy Story e Marvel’s Avengers – Os Vingadores. Atualmente trabalha na série para a televisão Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.

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Guilherme “Smee” Sfredo Miorando nasceu em Erechim em 1984. É Mestre em Memória Social e Bens Culturais, onde pesquisa quadrinhos e sexualidades. É especialista em Imagem Publicitária e bacharel em Publicidade e Propaganda. Ministra aula de quadrinhos e trabalha com design editorial e roteiros. Já trabalhou em museus e com venda de livros e publicidade. É pesquisador associado do Cult de Cultura e da ASPAS (Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial). Faz parte do conselho editorial da Não Editora. Co-roteirizou o premiado curta-metragem Todos os Balões vão Para o Céu. Seu livro de contos Vemos as Coisas como Somos foi selecionado pelo IEL-RS em 2012. A partir de 2014, publicou ao menos um quadrinho independente por ano. Loja de Conveniências, sua primeira narrativa longa foi lançada em 2014. Em 2015 participou da coletânea de HQs LGBT Boys Love. Em 2017 colaborou com o quadrinho A Liga dos Pampas de Jader Corrêa, que explora mitos gauchescos. Também lançou Desastres Ambulantes em parceria com Romi Carlos, um quadrinhos sobre segunda guerra mundial e OVNIs, que foi selecionado pelo edital estadual PROAC/SP. Em 2017, publicou Abandonados Pelos Deuses: Sigrid, com Thiago Krening e Cristian Santos e também Fratura Exposta: REDUX com Jader Corrêa. Também escreve os roteiros para os super-heróis portoalegrenses Super Tinga & Abelha-Girl. Mantém o blog sobre quadrinhos splashpages.wordpress.com há mais de 10 anos.

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