Will Eisner (1917-2005) é um artista ímpar e, apenas para apresentá-lo, para os poucos que não o conhecem, já rende-se algumas linhas: foi criador do Spirit (que virou um filme contestável nas mãos de Frank Miller em 2008), dá nome ao prêmio Eisner, o Oscar dos quadrinhos, e foi vencedor de alguns destes prêmios ainda em vida. Eisner influenciou quadrinistas de Ziraldo a Alan Moore (ou seja, de A a Z) e foi um dos pioneiros na experimentação de técnicas narrativas nos quadrinhos – principalmente com o Spirit. Ele também foi o criador e divulgador do termo graphic novel, com Um Contrato com Deus, em 1978 e com sua prolífica obra. Uma de suas HQs, talvez a seminal, seja Ao Coração da Tempestade. Uma autobiografia quase escancarada como diz o autor na apresentação: “Numa obra como esta, fatos e ficção se misturam com a memória seletiva, resultando numa realidade bem específica. Fui obrigado a confiar na veracidade da memória visceral”. A capa, produzida em papel sem acabamento, aumenta a sensação de pureza e ligação às …