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Mulher-Maravilha: Terra Um, de Grant Morrison e Yanick Paquette

Chegou às bancas o encadernado que reimagina a origem da Mulher-Maravilha para uma nova audiência. Isso é feito pelas mãos de Grant Morrison (Homem-Animal, Novos X-Men, Os Invisíveis, LJA) e Yannick Paquette (Jovens X-Men, Monstro do Pântano). Apesar de, na superfície, a origem não apresentar grande modificações, são as nuances que causam a reverberação do impacto da pedra no lago.

Foi uma surpresa para aqueles que frequentaram a CCXP 2016, encontrar Mulher-Maravilha: Ano Um nas prateleiras do estande da Panini Comics. Também pudera, o desenhista Canadense Yanick Paquette era um dos convidados de honra, de quem este que aqui escreve conseguiu um autógrafo no encadernado em questão. Paquette começou aos poucos em revistas da linha X da Marvel e na maxissérie Sete Soldados da Vitória, sempre empregando um estilo único, mas foi em Monstro do Pântano dos Novos 52, em parceria com Scott Snyder que sua narrativa deu um salto. Ela passou a lembrar a de J. H. Williams III, porém menos sofisticada e mais precisa, indo direto ao ponto. É esse tipo de narrativa que ele emprega aqui, em Mulher-Maravilha: Ano Um.

wunjudgeGrant Morrison foi incumbido dos roteiros, já embriagando a capa com polêmica, trazendo a Mulher-Maravilha acorrentada, lembrando um dos passatempos favoritos do criador da amazona, William Moulton Marston: o bondage. Entretanto não é isso que marca essa história, mas como os personagens se revelam. Lembre-se que a Mulher-Maravilha é portadora de uma poderosa arma chamada o Laço da Verdade e, não por acaso, William Marston, foi o criador do detector de mentiras. Esse encadernado mostra como as pessoas vivem dentro das mentiras que criaram para si, e acabam tornando isso uma verdade, até que são deparadas com elas.

wumcapinhaPodemos ver um pouco de Princesas Disney, nessa obra. A mocinha guardada pelos progenitores, que quer conhecer “um mundo ideal”, para além dos muros do palácio. Até que chega um catalisador dessa mudança, geralmente um mocinho. Aqui, no caso, temos Steve Trevor, que nesse álbum é da etnia negra. E essa mudança faz total sentido para a história. Você vai perceber essa reviravolta quando o personagem se revelar.

wunpreviAinda podemos perceber traços de ficção científica como Barbarella, e uma pitadinha de Asterix. A Ilha Paraíso é um conclave tecnológico muito à frente do Mundo do Patriarcado. Já o papel de Diana, como a libertadora, vinda de um mundo avançado tanto em tecnologia como em costumes, leva à associação com a heroína de Jean-Claude Forest.

wunsteveEncontramos citações aqui e ali. As principais guerreiras de Hipólita se vestem como algumas das principais mulheres associadas a mitologia da Mulher-Maravilha, como Cassie Sandsmark e Donna Troy. Ainda, na ilha Paraíso, existe a corrida de cangurus. Durante a Era de Ouro, acreditem ou não, a Mulher-Maravilha possuia um canguru de estimação. Mas a melhor coisa mesmo, foi trazer a Etta Candy, aqui, Beth Candy, exatamente como ela era na Era de Ouro: loira, rechonchuda e louca por doces, mas acima de tudo, muito segura de seu corpo roliço. Quando Candy aparece, ela simplesmente rouba a cena. Beth Candy, aqui, lembra uma mistura de Beth Ditto e Rebel Wilson, duas gordinhas que mandam ver e são mega poderosas e admiradas!

wumetta

Diana é levada a julgamento, mas esse ato acaba tendo uma reviravolta interessante, como falei acima, revelando pecados do passado e uma origem pouco ortodoxa, ou ortodoxa até demais se levarmos em conta os fatos do início da história. Como disse no começo, Mulher-Maravilha: Ano Um, não veio para abalar estruturas, mas talvez para deixar algumas delas mais sólidas para que um novo público possa aproveitar as histórias de Diana e seu Universo, resgatando elementos essenciais de suas histórias na longínqua Era de Ouro dos Quadrinhos, lá na época da Segunda Guerra Mundial.

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