Millarworld, como o nome já diz são HQs independentes desenvolvidas por Mark Millar e seus desenhistas convidados. Neste post vamos falar das dez HQs desse selo que mais gostamos e por que. Mas atenção, vamos nos focar apenas naquelas que já saíram no Brasil, uma porque nós já as lemos e outra porque você, leitor, poderá encontrá-las à venda fisicamente por aqui nas bancas e livrarias. Então se prepare, aperte seus cintos de segurança, acionem seus air-bags, porque vem aí muita porradaria, sanguinolência e explosões ao melhor estilo Mark Millar.
O LEGADO DE JÚPITER
Em um post em que falo desse quadrinho, que fala sobre os problemas familiares entre pais e filhos super-heróis, já declarei que se trata de o melhor quadrinho de Mark Millar. Uma das razões para essa conquista é a arte deslumbrante e cinematográfica de Frank Quitely. É realmente um quadrinho bem engendrado e de ação de tirar o fôlego. Infelizmente, a continuação, O Legado de Júpiter – Volume 2, o nível de qualidade dos desenhos e do roteiro cai à beça, sem fazer jus à primeira parte. No mesmo universo permanece inédito O Círculo de Júpiter, que Millar faz com Wilfredo Torres.
CHOSEN/AMERICAN JESUS
Ah, vai dizer, só pela premissa desse título já faz ele ser muito legal! Um menino americano que vive no subúrbio começa a manifestar milagres do tipo de Jesus, como andar sobre a água, transformar água em vinho e ressuscitar mortos. Isso é o que parece para ele, enquanto está brincando com seus bonequinhos de Star Wars. Eu gosto muito da maneira minimalista com que Mark Millar e o desenhista de O Inescrito, Peter Gross trabalham essa história. Mas a própria escolha do desenhista, que já fez a HQ de Lúcifer, dá uma pista para o desfecho desta história.
SUPERCROOKS: O ASSALTO
Em parceria com Leinil Francis Yu, Mark Millar traça o crime perfeito praticado pelos maiores supervilões da Terra. Mas quando esses malandros começam a planejar se vingar dos super-heróis, a coisa começa a ficar complicada para o seu lado. Eu acredito que nessa parceria com Leinil Francis Yu, Mark Millar acabou se dando melhor do que em Superior, uma tentativa meio esquisita dos dois trabalharem conceitos-chave na mitologia do Capitão Marvel, o Shazam!
KINGSMAN: SERVIÇO SECRETO
Kingsman vem de uma leva em que Mark Millar parou um pouco de se focar nos super-heróis e passou a se focar em nichos e gêneros de filmes. Aqui, ele trabalhou os filmes de espionagem, calcado em grande parte no agente 007, James Bond. E mais uma vez ele trabalhou em parceria com o diretor de Kick-Ass, Matthew Vaughn para, ao mesmo tempo, produzirem a história em quadrinhos e o longa metragem de Kingsman. Claro, os dois têm as suas discrepâncias, mas a diversão proporcionada é praticamente a mesma. Aqui, a parceria é com Dave Gibbons, um dos criadores de Watchmen.
Leia aqui um post mais completo sobre Kingsman: Serviço Secreto.
STARLIGHT
Considero Starlight um dos quadrinhos mais bonitos do Millarworld, seja por sua história tocante, seja pela arte de Goran Parlov, que parece tentar emular os traços de Jean Giraud, o Moebius. Trata da história de um homem que viajou pelo espaço sideral e foi herói de um mundo alienígena, mas agora está esquecido na Terra. Contudo, o destino preparou para ele mais uma chance de retornar àquele mundo e salvá-lo mais uma vez. Um quadrinho que vai arrebatar de vez aqueles que prezam enormemente pelo sentimento de nostalgia.
KICK-ASS
Bem, não precisa falar muito de Kick-Ass e de sua influência na cultura pop e dos filmes (de super-heróis ou não). Foi a primeira parceria entre Mark Millar e Matthew Vaughn, revelando o gostosíssimo Aaron Johnson para o mundo (que depois viria a fazer o papel de Mercúrio no filme dos Vingadores: A Era de Ultron). Na história Dave Lizewski é um nerd normal que resolve se vestir de super-herói num mundo em que super-heróis não existem, e passa a patrulhar a cidade contra criminosos. Isso acaba inspirando muitas outras pessoas a seguirem o mesmo caminho que Dave.
CRONONAUTAS
Dois grandes amigos cientistas, depois de muito esforço, conseguem transformar um carro de corrida numa máquina do tempo, ao melhor estilo De Volta Para o Futuro. E então, o que eles vão fazer com essa descoberta? Fugir… e viver como bom-vivants! Mas toda essa ambição coloca os dois amigos em rota de colisão e, para salvar ou condenar o mundo, eles terão de se enfrentar. Preciso falar também da linda arte de Sean Gordon Murphy que empresta às sequências uma dinâmica incrível e aos conceitos de design um frescor próprio do seu estilo.
HIT-GIRL
Esqueça a arte de John Romita Jr. que faz a Hit-Girl parecer uma anã ao invés de retratar uma criança. Depois da morte de seu pai, em Kick-Ass, a Hit-Girl precisa se virar sozinha nesse mundo cão. Mas como você viu no filme de Kick-Ass, onde a Hit-Girl foi interpretada por Chloe Grace Moretz, ela não é “apenas” uma criancinha – apesar de na arte parecer uma anã -, ela é capaz de aflorar o mundo de qualquer um que ela considerar indigno de seguir uma vida dentro da lei.
WANTED: O PROCURADO
Esse quadrinho do Millarworld também se transformou em um filme estrelado por um novato James McAvoy – antes das bombas que teve de tomar para fazer o filme Fragmentado, além de ter uma Angelina Jolie em um papel que não era para ela. Contudo, o filme serviu para colocar Mark Millar na mira de Hollywood, já que foi sua primeira adaptação para as telonas. Nessa história, um cara que está com a vida saindo se seu controle acaba tomando consciência que é herdeiro de um grande assassino e, assim, passa a fazer parte de uma sociedade secreta de supervilões. É preciso também destacar a belíssima arte do virtuose J. G. Jones.
MPH
Nesta história em quadrinhos, um grupo de amigos descobre um medicamento capaz de fazer com que seus corpos atinjam uma velocidade impossível para seres humanos. A partir disso, eles passam a cometer diversos delitos sem que as pessoas em geral percebem quem são eles e o que realmente aconteceu. Mas claro, que essa ambição acaba colocando um contra o outro, de forma que precisam decidir se deixam de usar o MPH ou não. Esta série conta com a bela arte de Duncan Fegredo, que tem pouquíssimos trabalhos publicados por aqui, entre eles, Kid Eternidade.
E então, caros leitores/mergulhadores, concordam com essa lista marota millaresca? tem explosões e mortes o suficiente? É sensacionalista e palavrônica o suficiente? Não deixe de comentar o que acha! Abraços submersos em destroços de avião!
Splash Pages 