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Os Injustiçados Criadores de Justiceiros: As Biografias de Bill Finger e Joe Shuster

Estão nas livrarias físicas e virtuais duas publicações falando sobre a vida de dois grandes criadores de prestigiados super-heróis. Talvez os dois maiores super-heróis de todos os tempos. Temos a biografia de Bill Finger, criador e roteirista do Batman e de Joe Shuster, criador e desenhista do Superman. O que ambas têm em comum? É que estes criadores viveram, durante muitos e muitos anos, no ostracismo, sem serem creditados como autores destes grandes personagens. Os dois criadores sempre relegados à marginalidade para que a empresa que detinha os direitos à sua publicação, a DC Comics, retirasse toda a glória gerada por estes fabulosos super-heróis. Agora vamos falar mais um pouco sobre biografias, ausência de créditos e as carreiras dessas figuras, sem as quais a cultura pop não seria a mesma. 

Melhores e Piores Leituras de Julho de 2019

Caros mergulhonautas e splashonados, já é agosto e julho chegou ao final! Então é hora do quê? Do quê? Da nossa listinha esperta de leituras melhores e piores feitas no mês, com diversos tipos de leitura, do europeu ao mangá, do gringo ao nacional, do mainstream ao experimental. Também temos algumas mini resenhas sobre livros teóricos sobre quadrinhos. São mais de quarenta mini resenhas este mês, então pegue sua pipoquinha para se preparar para ler essa enorme lista de leituras!

Conheça 20 Super-Heróis da Década de 1930

Você deve saber que os super-heróis começaram na década de 1930, mais precisamente, com o Doutor Oculto, criado por Jerry Siegel e Joe Shuster em 1935. Contudo, antes que a onda dos heróis arrebatasse as editoras em cheio nos anos 1940, alguns poucos personagens foram criados ainda nos anos 1930. Muitos deles se assemelhavam com a noção que temos de super-heróis hoje em dia, embora não necessariamente sejam considerados assim por muitos. Neste post iremos falar rapidamente sobre vinte desses personagens criados ainda na primeira década do fenômeno dos super-heróis. Sigam-me os bons!

O Que Significa Ser um Super-Homem em Tempos de Crise de Virilidade?

Sempre que se discute a virilidade surge à baila a figura do Super-Homem como epíteto de masculinidade. Mas se formos ver nos quadrinhos, apesar de forte, o Superman não tem nada a ver com essa imagem viril que fazem dele, pelo contrário, poderia se dizer até que o Superman apoia o feminismo. Por isso, através dos estudos de virilidade e de representação do gênero masculino, resolvi colocar essa questão em discussão. Até porque ela se faz muito presente no dia a dia daqueles que discutem quadrinhos de supers na internet.

A Criação do Superman Através do Mito da Virilidade Alemã

O período entreguerras foi um grande criador, recriador e mantenedor de mitos. Para convencer os jovens de que era necessário se alistar nas forças armadas, as nações iniciaram a valorizar ideais nacionalistas e entre eles, estava associada a virilidade do homem masculino. Essa era a verve do momento em que os super-heróis foram criados. Vamos dar uma olhada em como se deu a criação do mito da virilidade masculina.

O “Complexo de Vira-Lata” dos Quadrinhos

Em 1950, em pleno Maracanã, a Seleção Brasileira foi derrotada pela Seleção Uruguaia de Futebol, na final da Copa do Mundo daquele ano. Uma crônica do jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues atribuiu a derrota do time brasileiro à uma espécie de trauma, que batizou de viralatismo. A seleção só se recuperaria do choque em 1958, quando ganhou sua primeira Copa do Mundo de Futebol. Mas isso não se aplica somente ao futebol ou aos brasileiros. Aqui, vamos ver como isso se aplica aos quadrinhos.

A Trilha da Mulher-Gato, de Darwyn Cooke, Ed Brubaker e Brad Rader

A Mulher-Gato é a fantasia mais procurada entre 7 de 10 mulheres. Ela, talvez, seja a vilã reformada mais popular dos quadrinhos. Nesse encadernado, seus autores tentam aproximar a personagem de uma defensora dos fracos e rejeitados da sociedade, como as prostitutas. O resultado é um quadrinho altamente noir, com uma colorização que dá esse clima. Para saber mais, me acompanhe!

Tropa de Elite osso duro de roer pega um pega geral também vai pegar você... Ah, não é esse Tijuana?!?

As Tijuanas Bibles e os Catecismos: Quadrinhos Eróticos de Antigamente

Will Eisner e Joe Shuster foram autores anônimos da Tijuana. Mas o autor brasileiro mais célebre das Tijuana Bibles, ou melhor, os Catecismos brasileiros, foi Carlos Zéfiro, a alcunha do escrivão Alcides Caminha que, nas horas vagas entre um serviço e outro, produzia essas jóias da cultura popular.

Olha! À sua direita! É o Luciano Huck? É o Rei do Camarote? Não! É o SUPERCOXINHA!

Seria o Superman uma alegoria ao Fascismo? (ou ele só é um coxinha?)

Em sua HQ Superman: Entre a Foice e o Martelo, Mark Millar imaginava o que aconteceria se o foguete que trouxe Superman de Krypton tivesse caído na URSS e não nos EUA. Durante a Guerra Fria, a “posse” de um super-homem não só beneficiaria a guerra para o lado dos soviéticos, como também garantiria o controle de todo o poder do mundo nas mãos do Superman. Kal-El havia se tornado um fascista tão horrível quanto Hitler, Mussolini ou Stalin. Por outro lado, crescendo nos EUA, o Superman se tornou o símbolo da liberdade. Mas será isso mesmo? Em Gargantua, Rabelais criticava àqueles que colocavam um sentido cristão nas obras de Homero, uma vez que as obras haviam sido compostas séculos antes do cristianismo. O mesmo é feito com o Superman, de Siegel e Shuster que, dizem ter uma interpretação messiânica. O herói kriptoniano seria uma alegoria de Moisés, uma vez que seus criadores eram judeus. Mas como saber se esta foi realmente a intenção dos autores? Continuando com o homem de aço, sabe-se que sua primeira versão foi criada poucos anos depois da quebra …

Ele não “polpa” ninguém: O Aranha – O Terror da Rainha Zumbi, de David Liss e Colton Worley

A ficção de polpa, ou pulp fiction, tem esse nome porque as revistas que distribuíam esse tipo de aventura eram impressas em papel barato, feitos com a polpa das árvores. Com grande popularidade no início do século XX, as revistas pulp foram o divertimento das massas antes das revistas em quadrinhos e da televisão. Essa geração, que cresceu lendo histórias de detetives e aventureiros, foi responsável pela criação dos super-heróis. Foi assim com Siegel e Shuster, que incorporaram muitos dos elementos aventureiros de Doc Savage no seu Superman. E foi assim com Batman, no qual Bob Kane e Bill Finger usaram o lado detetivesco e misterioso d’O Sombra, personagem que surgiu primeiro nas rádios. Nada mais natural que, em tempos mais modernos, esses personagens fossem concretizados em folhas de papel tão baratas quanto as dos pulps: as dos gibis. Doc Savage teve várias séries em quadrinhos. Enquanto O Sombra passou por mãos como as de Howard Chaykin e Denny O’Neil. A última encarnação desses heróis foi através da editora Dynamite Entertenment. Garth Ennis (Preacher, Justiceiro) se …

Superman e a Santíssima Trindade – O Pai, por Alan Moore

Vamos aproveitar a passagem do Papa Francisco pelo Brasil e do Superman, o Homem de Aço, pelos cinemas, e falar da Cristandade com os Quadrinhos? Bem longe de catequizar ou profanar, este artigo serve para estabelecer comparações. Tentei usar cada aspecto da Santíssima Trindade Cristã por um dos autores considerados a própria “Santíssima Trindade” dos quadrinhos de super-heróis: Alan Moore, Frank Miller e Neil Gaiman. O Superman é um personagem muito visado pelos roteiristas de quadrinhos, mas, diferente do que se pensa, também é muito difícil de ser trabalhado, devido, vamos dizer, ao seu aspecto messiânico. É por esse Temor à Deus – e quem fez catequese deve saber a que temor eu estou me referindo – que muitos deles declinam dos convites para produzirem uma história com o Homem de Aço. Quando esses figurões tentam realizar uma história com o Superman, dado seu valor como ícone, como o santo supremo dos super-heróis, preferem contar uma história através do artifício do “personagem ausente”.  São os outros que espalham sua palavra por aí contando seus feitos, sem …

Superman e o Merchandising, por Gerard Jones

O Merchandising no Mundo dos Quadrinhos “Na sexta história publicada de Superman, talvez a primeira concebida para sair num gibi (N.B.: Sim! As primeiras revistas do Super eram recortes e colagens de tiras de jornais), Jerry (Siegel) e Joe (Shuster) mostrarm que partilhavam com os leitores o conflito entre cinismo e sonhos. Eles jogaram o herói contra um aspirante a empresário que vende o nome do herói a um fabricante de carros, coloca uma cantora de cabaré gemendo uma canção de amor não correspondido para ele e patrocina um programa de rádio do herói. “Ora, ora, eu até já providenciei para que ele apareça nos quadrinhos”. Eles parodiaram o gênero antes de o gênero existir. Primeiro o super-herói desafia esse mesmo público a acompanhá-lo a sério nas fantasias de poder. Depois de todas as gags, é um prazer ver o substituto do Super-Homem que o empresário havia contratado, quebrar o punho no peito de aço do verdadeiro herói. O Merchandising no Mundo Real (…) Todas as cadeias de rádio rejeitaram a oferta (de um programa …

O TransGênero Super-Heróis

“Girls who want boys who like boys to be girls who do boys like they’re girls who do girls, like they’re boys Always should be someone you really love”. Blur – Girls and Boys Essa semana a DC Comics anunciou a revelação do que seria o primeiro personagem abertamente transgênero dos quadrinhos mainstream. Ela seria Alysia, a companheira de casa de Barbara Gordon, a Batgirl. A personagem já havia aparecido desde o primeiro número da série da filha do Comissário Gordon, mas a revelação aconteceu somente no número 19, deste mês. A  roteirista responsável pela criação de Alysa, Gail Simone, foi demitida pela DC Comics através de um e-mail e foi substituída por duas edições. Até que a manifestação dos fãs fez com que a escritora retornasse ao título. Além de conhecida por seu humor em séries como Deadpool, Agente X, Aves de Rapina e Sexteto Secreto, Simone, também é uma grande debatedora dos papéis de gênero nos quadrinhos. Antes de se destacar como roteirista, Gail possuía um site chamado Women in Refrigerator, que aludia …

"Meu quadrinho ideal é aquele que expressa perfeitamente seu momento e te faz querer dançar, como seus discos prediletos fazem”

Flex Mentallo, the Muscle Mistery Man

Um fisiculturista super-herói, vestindo uma sunga de leopardo, que ao flexionar seus músculos muda a realidade. Só poderia vir da mente de Grant Morrison. Ou melhor, em parte. Flex Mentallo é descaradamente inspirado em Charles Atlas, um dos pioneiros do fisiculturismo e totalmente ligado à indústria dos quadrinhos de super-heróis. Muita gente já deve ter visto por aí anúncios antigos em que um cara fracote, acompanhado de sua namorada encontra um cara músculoso na praia e acaba pedendo a garota por causa dele. Então, ele resolve utilizar o método Atlas e fica tão forte quanto seu rival. Enfrenta o valentão e recupera sua namorada. Esse tipo de anúncio que Charles Atlas veiculava em diversas revistas de super-heróis durante a Era de Ouro. O fisiculturismo também foi um dos elementos básicos da gênese dos super-heróis, assim como a ficção científica. Foi nos fisiculturistas (os homens-fortes do circo) e suas roupas coladas e coloridas, que Jerry Sigel e Joe Shuster se inspiraram para criar visualmente o Superman. O personagem Flex Mentallo apareceu pela primeira vez em dois …