Todos os posts com a tag: arte

O Que Faz Um Bom Quadrinho?

Volta e meia surge uma discussão, seja entre amigos, entre leitores, nas redes sociais, sobre que conjunto de elementos fazem um bom quadrinho. Seria usar mais palavras que imagens? Seria usar bem o ritmo? Ou então, será que é por quanto tempo essa HQ dura e nos prende dentro dela. Sempre tive comigo que uma leitura valiosa seria aquela de nos transformar, de mudar nosso pensamento, de abalar nossas certezas, de nos despedaçar para nos reconstruir de novo. Mas eu não tinha minha certeza. Então fui pesquisar o que grandes nomes falam sobre grandes leituras. E o resultado está aqui.

Os Antecedentes dos Quadrinhos

O que veio antes o balão ou a tirinha? Séculos, mais de dez mil anos anos antes de você abrir sua primeira revistinha em quadrinhos, muito antes de o Superman surgir, a arte sequencial já existia e orientava a nossa sociedade. Descubra aqui os primórdios dos quadrinhos que nos fizeram comunicar utilizando palavras e imagens justapostas.

Como e Quando Julgar um Quadrinho?

Sempre odiei o fato de que nas redes sociais existe gente que diz apenas “gosto” e “não gosto”, para um quadrinho, para uma série, para um filme, simplesmente “porque sim” ou “porque não”. A pessoa não vai além da superfície e não pesquisa o contexto que aquela produção foi concebida. As artes e seus produtos derivados para a sociedade de consumo são muito mais complexos e muito menos definitivos que um sim e um não alheios e aleatórios, como se dependessem da aprovação do tal “especialista em tudo” para existir.

Pinturas Inquietas. Moving Pictures, de Kathryn & Stuart Immonen

Moving Pictures, na minha humilde opinião, é uma das graphic novels que melhor trabalha o personagem multifacetado, com uma evolução semelhante à de um romance, mostrando, através de pequenas nuances, suas contradições e seu comprometimento com seus valores. Os personagens em questão são a curadora Ila Gardner e o oficial nazista Rolf Hauptmann, cada um empenhado com os esforços de seus países, respectivamente, a França e a Alemanha, em recuperar, catalogar e armazenar as obras de arte perdidas na França durante a Segunda Guerra Mundial. Em primeiro lugar é preciso dizer, que esta, assim como outras HQs, é uma obra dedicada ao amor à arte. Ela mostra como o amor pela arte pode ser maior que o amor por si mesmo. Mostra que mesmo entre as penúrias da Segunda Guerra, enquanto passam fome, as mesmas pessoas se esforçam para manter a arte viva, e preservar ícones da civilização ocidental para as futuras gerações. Enquanto composição, a história vem e vai no tempo, entremeada de passagem que poderiam ser elipses de um filme, ou de uma …

Vou contar tudo para sua mãe: A Arte – Conversas Imaginárias com Minha Mãe, de Juanjo Sáez.

Durante a faculdade de publicidade me ensinaram: mostra o anúncio que você criou para sua mãe. Se ela entender, é porque ele funciona. Se ela não entender você precisa trabalhar mais. No jornalismo, aprendemos a existência de uma personagem, a “Dona Maria”, ou seja, a leitora comum do jornal, alguém que não é instruído, que não entende como as coisas “do mundo” funcionam, que não está ligada às tendências, que não entende de arte e não está por dentro do mundo pop. Alguém a quem as notícias devem ser deglutidas para que possa se interessar e entendê-las. A proposta do livro A Arte – Conversas Imaginárias com Minha Mãe, de Juanjo Sáez é parecida com a da publicidade e do jornalismo: fazer com que as “pessoas comuns” entendam a arte. É muito comum eu me deparar com pessoas que não entendem a “arte contemporânea”. Eu, por outro lado, sempre gostei. Mas a minha maneira de apreciar a arte contemporânea é diferente: dificilmente eu leio os significados das obras nas legendas. Eu as aprecio. Se elas …

Avaliação Geral: Vertigo Crime (2)

Nesta segunda parte escolho qual dos volumes daria o melhor filme policial, qual deles é o título mas apelativo da série, John Constantine e o uso da metalinguagem.                 Sinopse da Editora: É verão em Nova Iorque, mas um “calafrio” assola a cidade – um assassino em série está à solta e está ficando cada vez mais sádico. A polícia de Nova Iorque e o FBI têm uma suspeita: uma linda jovem chamada Arlana. O único problema é que toda testemunha dá uma descrição diferente dela. Como isso é possível? Nada faz o menor sentido a ninguém, a não ser para Martin Cleary, um policial irlandês de Boston, com um grande segredo em seu passado – um passado que remete a um século ou dois… Comentário: Calafrio é o mais fraco volume da coleção. Talvez pelo que seja o mais apelativo, por isso ganhou todas as estrelas do chocômetro. Como devem saber, não gosto de linguagem de baixo calão nas histórias que leio, a não ser que seja …

Avaliação Geral: Vertigo Crime (1)

A coleção Vertigo Crime foi lançada no ano passado no Brasil pela New Pop. Contava com seis títulos, apesar de muitos mais terem sido lançados nos EUA. A Panini Comics também lançou um destes títulos, estrelado por John Constantine: Hellblazer. A diferença nos tratamentos de editora para editora é evidente: enquanto a Panini optou por utilizar o Papel Pisa Brite no miolo e diminuir o preço da publicação, a New Pop usou papel off-set e seus livros acabaram custando mais caro. Entretanto, o trabalho de edição da Panini é impecável, enquanto o da New Pop deixa a desejar. Tradução e adaptação esculhambadas, muitos erros de revisão. Para ter uma ideia “library”, biblioteca em inglês, foi traduzida como livraria, entre outros erros e palavras mal-escolhidas. Mas vamos analisar livro por livro. Primeiro, a sinopse da editora e, depois, de uma forma diferente, avaliando não só arte e roteiro, mas outros elementos comuns às histórias de crime: chocômetro, nudez e noirismo. Em seguida, os comentários gerais. Sinopse da Editora: Frank Gissel é um detetive particular da grande …